Se Você tem sobrenome SILVA conheça aqui suas origens. 

 

A Heráldica é uma ciência que estuda escudos e brasões de armas antigos. É considerado uma importante ciência auxiliar da História.
 

HERÁLDICA DO SOBRENOME “SILVA”

Sobrenome de origem geográfica, pelo menos, para os que não são de sangue azul. Sanches Baena faz descenderem dos Silvios romanos os nobres com este sobrenome. João Ruiz de Sá, a propósito dos Silva diz: “Foram seus progenitores / rreys Dalua, donde vyeram / os jrmãos, que nõ couberão / nu sôo rreyno dous senhores”. O mesmo João Ruiz de Sá, no ofertório, ao conde de Porto Alegre, da epístola de Dido e Enéias, diz: “Enéas de quem a gente / dos de Sylvia he descendente, / como é outra parte digno”. Virgílio, na Eneida, VI, 763-6, se refere a Silvio, filho póstumo de Enéias com Lavínia, crescido e educado nas florestas. Tito Lívio dá versão diferente. Apresenta Silvio como filho de Ascânio e por acaso nascido numa floresta (Antenor Nascentes, II, 282). Da palavra “silva”, nome comum a vários arbustos (Anuário Genealógico Latino, IV, 29). Procede esta família dos Sílvios romanos, que viveram na Espanha, no tempo em que os romanos a conquistaram. Seu solar é na torre de Silva, junto ao rio Minho. Descendem de Paio Guterre, o da Silva, que foi “adiantado” de Portugal, no tempo do 1.o rei D. Afonso Henriques, falecido em 1185, e que era filho de D. Guterre Alderete, descendente dos reis de Leão e companheiro do conde D. Henrique de Borgonha (Anuário Genealógico Latino, I, 88).

 

O brasão do sobrenome "Silva"

I – Um escudo em campo de prata, com um leão de púrpura armado de azul. Timbre: o leão do escudo; II – outros: um escudo em campo de prata, com um leão de púrpura, armado e linguado de vermelho; III – outros: um escudo em campo vermelho, com um leão de prata, armado de ouro; IV – Do conde de Aveiras: um escudo em campo de prata, um leão de púrpura, armado e linguado de azul, acompanhado de dois ramos de silva de verde, postos em orla, com os cabos passados em aspa na ponta do escudo. Timbre: o leão das armas (Armando de Mattos – Brasonário de Portugal, II, 128). Brasil Heráldico: V – Tomás José da Silva, Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial, por Carta de Brasão de Armas, datada de 07.11.1854; VI – Coronel Henrique José da Silva, visconde de Ariró – citado acima. Requereu Carta de Brasão de Armas, a 13.09.1869. Registrada, a 17.09., no Livro VI, do cartório da Nobreza, fl. 105: um escudo esquartelado: no primeiro e no quarto quartel, em campo de ouro, um leão de púrpura, agarrando na destra um ramo de cafeeiro ao natural; no segundo e no terceiro quartel, em campo verde, um rio de prata, aguado de azul, entre dois besantes de ouro, em chefe de prata carregado de duas cabeças de índios ao natural, afrontados, com canitares de penas multicores. Coroa de visconde.

 
O sobrenome “Silva” no Brasil

Em São Paulo, entre as mais antigas, registra-se a família de Pedro da Silva, de Portugal, alfaiate, tesoureiro da confraria das almas (1612), que deixou geração de seu casamento com Luzia Sardinha (AM, Piratininga, 174). No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, cabe mencionar a de Estevão Pereira da Silva, que deixou geração do seu casamento, em cerca de 1675, com Vitória das Neves; e muitas outras espalhadas na obra de Rheingantz sobre as primeiras famílias do Rio - séculos XVI e XVII. Na região norte-fluminense do Estado do Rio de Janeiro, registra-se a família de João da Silva Pinto, que deixou importante descendência do seu casamento, por volta de 1807, com Teresa Lauriana Peçanha, integrante da tradicional família Peçanha, da mesma região norte-fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, José Inácio da Silva Pinto [1810, Campos, RJ - 08.08.1886, idem], que foi agraciado com o título de barão (2.o) de São José [11.10.1876]. Deixou geração do seu casamento com Jordiana Francisca de Miranda [1814 - 23.10.1878, São Gonçalo, RJ ], baronesa de São José; II - o neto, Dr. Júlio de Miranda e Silva [ 17.07.1839, São Gonçalo, RJ - 26.05.1901, Campos, RJ ], fazendeiro, agraciado com o título de barão de Miranda [ 07.10.1882]. Não deixou geração do seu primeiro casamento, a 20.10.1877, com Maria Elisa Batista [-11.08.1894, Rio, RJ], 1.a baronesa de Miranda, viúva de João Ferreira Tinoco, e filha de Julião Batista Pereira de Almeida, membro da importante família Batista Pereira, da mesma região norte-fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Deixou geração do seu segundo casamento com Cândida de Paiva Monteiro, 2.baronesa de Miranda. No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, está a família de Antônio da Silva Caldeira [ da ilha da Madeira ], que deixou geração, a partir de 1735, na Colônia do Sacramento, de suas duas uniões. Ainda no Rio Grande do Sul, entre outras: I - a família de Antônio Ribeiro da Silva, que passou para esse estado em 1825. Assinou termo de declaração, a 07.07.1864, onde informa ser natural de Portugal, ser católico, ter 56 anos de idade, ser comerciante e casado com filhos; II - a família de Augusto José da Silva, natural do Porto, Portugal, que assinou termo de declaração, a 19.01.1848, onde informa ser católico, ter vindo para o Brasil há 18 anos [1840], ter 39 anos de idade, ser casado com uma brasileira e ter com ela um filho; e III - a família de Belmiro José da Silva Neto, natural de Portugal, que assinou termo de declaração, a 24.11.1860, onde informa ser católico, maior de 21 anos de idade, ter vindo para o Brasil em 1841, ser casado com uma brasileira e ter com ela uma filha de nome Belmira (Spalding, naturalizações, 106). Em Pernambuco, entre as mais antigas, cabe registrar a família de Mathias da Silva [cerca de 1658, Lisboa -?], Boticário na Cidade de Olinda (PE), filho de Antônio Lopes da Silva e de Maria Francisca de Souza. Deixou geração do seu casamento, em 1683, em Pernambuco, com Madalena de Freitas [1661, Recife, PE -?], filha do ourives Manuel de Freitas. No Acre, há registro de Joaquim Victor da Silva, estabelecido, em 1882, em Bom Destino; e José Felipe da Silva, estabelecido, na mesma data, em Boa União (Castelo Branco, Acreana, 186). Família de origem portuguesa estabelecida na Bahia, para onde passou Sebastião da Silva Braga [nascido por volta de 1745, Braga, Portugal -], filho de Antônio Rodrigues da Silva e de Margarida de Vasconcelos. Deixou geração de seu casamento com Inácia de Souza, natural da Bahia, filha de Francisco Xavier dos Santos e de Gertrudes Xavier dos Reis, naturais da Bahia. Entre os descendentes do casal, registram-se: I - o filho, Antônio Augusto da Silva [ 1770, BA - 11.01.1846, Rio, RJ], matriculado no curso de Filosofia em Direito [1795]. Leitura de Bacharel [01.06.1796]. Juiz de Fora das Vilas de Jaquaripe e Maragogipe, na Bahia [06.02.1810]. Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes das mesmas vilas [02.04.1810]. Reconduzido com o predicamento da correição ordinária [17.12.1812]. Juiz de Fora da Bahia [12.10.1818]. Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes da Bahia [12.10.1818]. Teve o predicamento do primeiro banco [20.10.1818]. Desembargador da relação da Bahia [13.05.1821]. Desembargador ordinário [12.10.1826]. Desembargador de agravos da Casa da Suplicação [18.10.1829], com exercício na relação da Bahia. Com a extinção da Casa da Suplicação, ficou pertencendo à Relação da Bahia [04.10.1834]. Presidente da Relação da Bahia. Ministro do Supremo Tribunal de Justiça [02.12.1840]. Membro da Junta Provisória do governo da Bahia [eleita a 21.02.1822 ]. Deputado à Assembléia Geral Legislativa, pela Bahia, em duas legislaturas: 1.a [1826-1829] e 2.a [1937-1840]. Agraciado com a Ordem de Cristo [12.02.1819]. Cavaleiro da Ordem do Cruzeiro [12.10.1820]. Oficial da Ordem do Cruzeiro [18.10.1829]. Comendador da Ordem de Cristo [18.09.1843]. (Laurênio Lago, Ministros do Supremo Tribunal, 45). Deixou geração; II - o neto, Antônio Augusto da Silva II [-03.10.1892, Rio, RJ], bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Olinda [PE-1844]. Juiz Municipal e de Órfãos dos termos reunidos de Estância e Santa Luzia do Itanhi, Sergipe [16.12.1850]. Juiz Municipal e de Órfãos do termo de Nazaré [12.10.1854]. Juiz de Direito da comarca da Graça, em Santa Catarina [28.03.1857]. Juiz de Direito da comarca de Porto Calvo, em Alagoas [1865]. Juiz da 2.vara do crime de São Luís, no Maranhão [22.12.1869]. Juiz de Direito da vara privativa da provedoria de capelas e resíduos de São Luís [15.02.1871]. Desembargador da Relação de Belém do Pará [24.04.1875], removido para a cidade de São Luís do Maranhão [10.12.1875], e para a Corte [14.12.1886]. Ministro do Supremo Tribunal de Justiça [20.07.1889]. Aposentado [21.03.1891]. Chefe de Polícia das províncias do Rio Grande do Norte [15.03.1864 - exonerado a 18.11.1865], Alagoas [11.05.1866 - exonerado a 06.07.1867] e Maranhão [25.07.1868 - exonerado em 12.1869]. Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial [18.06.1875]. Conselheiro do Império [30.07.1889]. (Laurênio Lago, Ministros do Supremo Tribunal, 143). Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a de Antônio Cardoso da Silva [1668, RJ - 1710, RJ], “pardo”, filho de João Cardoso e Domingas da Silva, que deixou geração de seu casamento, em 1694, no Rio, com Margarida da Fonseca, nascida no Rio de Janeiro, filha de Úrsula, serva da casa de Ana de Barros; e a de Pedro da Silva “pardo”, nascido no Rio de Janeiro, filho natural de Manuel Carranca e de Francisca Barbosa “crioula forra”, que deixou geração, em 1698, com Isabel da Mota, nascida no Rio de Janeiro (Rheingantz, I, 299, 313). Ainda no Rio de Janeiro, cabe mencionar-se a família de João Afonso, “preto forro”, da Guiné, ex-escravo do reverendo padre Francisco Leite de Oliveira, que foi casado, a 19.06.1783, no Rio de Janeiro, com Águeda da Silva, “preta forra”, da Guiné, ex-escrava de Boaventura da Silva, de quem adotou o sobrenome. Para Minas Gerais, registra-se a famosa família de Antônio Caetano de Sá (nascido em Portugal e falecido no Rio de Janeiro, como religioso da Ordem do Carmo), que deixou uma filha natural, da sua união com Maria da Costa, “preta escrava”. Foram pais da famosa Francisca da Silva, de “cor parda”, de baixa classe social. Ex-escrava por nascimento, que passou para a história do Brasil, com o famoso epíteto “Xica da Silva”. Estabelecida em Diamantina, tornou-se a paixão do contratador, o desembargador João Fernandes de Oliveira III [1728, Mariana, MG -?], célebre por sua fortuna e pela maneira escandalosa que levava sua vida. Membro da importante família Fernandes de Oliveira, estabelecida em Minas Gerais. Xica da Silva já trazia um filho, de nome Simão, havido com o Dr. Pires Sardinha, de quem fora escrava. De sua união com o contratador, deixou 13 filhos. Linha indígena: Sobrenome também adotado por famílias de origem indígena. No Rio Grande do Sul, entre outras: I - a família de Romualdo Antônio da Silva, índio, casado em 1800, no oratório de N.S. dos Prazeres da fazenda de Pelotas, RS, com Maria Isabel, também índia (L.o 3.o, fl.9); II - e a de Manuel da Silva, índio, casado em 1775, em Estreito, RS, com Francisca Narcisa, também índia. Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado em Lisboa, a 17.09.1662, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Manuela de Jesus, solteira, filha de Agostinho da Silva que fora oficial na alfândega de Lisboa, natural de Madrid e moradora em Lisboa, por culpas de feitiçaria e presunção de ter pacto com o demônio. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de cinco (5) anos de degredo para o Brasil, de Maria da Silva, natural do lugar de Caparica. Esposa de João Esteves, marinheiro. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 02.03.1668, a condenação de cinco anos de degredo para o Brasil, de Domingas da Silva, solteira, natural de Évora e moradora em Lisboa, a qual no auto-de-fé que se celebrara na cidade de Lisboa, a 02.08.1664, abjurara “de leve”, por “fazer fervedouros e usar feitiçarias”, e fora presa segunda vez pela mesma culpa e por não cumprir o degredo a que tinha sido condenada pelo Santo Ofício. Filha de João de Lima, trabalhador. Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 10.12.1673, a condenação de cinco anos de degredo para o Brasil, de Nuno da Silva, “um quarto de cristão-novo”, professo de certa ordem militar, solteiro, natural da vila da Pederneira, onde morava. Filho de Nuno de Brito Alvo. Linha Natural: Em Ubá (MG), por exemplo, Manuel Bento da Silva, 23 anos, filho natural de Maria José de Moraes, casado em 1843, com Maria Teodora de Jesus, 16 anos (Carlos Barata - Famílias de Ubá). Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião cristã, a partir de 1497. Para o Rio de Janeiro, ver a família Mendes da Silva (Wolff, Dic. I 180). Nobreza Titular: I - registra-se a família de Manuel Monteiro da Silva, que deixou geração do seu casamento, por volta de 1808, com Maria Rodrigues de Jesus. Foram pais do Coronel Henrique José da Silva [11.05.1811, Laguna, SC - 03.10.1880, Bananal, SP], que sendo de Santa Catarina, ainda criança, transferiu-se para a cidade do Rio de Janeiro. Daí passou para a cidade de Bananal, na Província de São Paulo. Chefe do Partido Conservador, em Bananal. Juiz de Paz e Vereador, por diversos períodos, à Câmara Municipal de Bananal. Oficial da Guarda Nacional em Bananal. Capitão da Terceira Companhia do Batalhão de Infantaria [1854]. Major da mesma Companhia. Proprietário das fazendas Loanda, em São João Batista, Da Serra, em Bananal e Grataú, em Angra dos Reis, RJ, além de uma ilha. Irmão da Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, de Angra dos Reis. Prior da mesma Ordem [1875-1876]. Comendador da Imperial Ordem da Rosa [14.03.1867]. Foi agraciado, sucessivamente, com os títulos de barão de Ariró [Dec.08.07.1867] e Visconde de Ariró [Dec. 10.06.1876]. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas - detalhes adiante. Com geração dos seus dois casamentos: o primeiro, com Mariinha Miranda Barbosa [1810 - 30.11.1876], que viria a ser a baronesa e primeira viscondessa de Ariró, por apenas cinco meses. Filha de João Ribeiro Barbosa e de Inácia Maria do Espírito Santo, naturais de Bananal, SP; o segundo, a 03.04.1878, com Amélia Augusta de Camargo [1856 -15.08.1935, Pedro de Toledo, SP], 2.a Viscondessa de Ariró. Filha do major José Delfino de Camargo e de Cândida Maria de Camargo; II - Antônio Teotônio da Silva [-15.04.1890, fazenda Monte Alegre, MG], estabelecido em Minas Gerais. Foi agraciado com o título [De 23.01.1886] de barão do Alto Muriaé; III - Joaquim José da Silva, que por Decreto de 21.06.1862, foi agraciado com o título de barão de Vila Maria; IV - José Manuel da Silva, que foi agraciado, por Decreto de 02.12.1854, com o título de barão de Tietê. Foi casado com Maria Rodozinha da Cunha e Silva; V - Domingos Américo da Silva, de família estabelecida na Bahia, foi agraciado, por Decreto de 17.05.1871, com o título nobiliárquico de barão de São Tiago; VI - Francisco Teodoro da Silva [-07.06.1868], estabelecido em Minas Gerais, foi agraciado, a 11.10.1848, com o título de barão do Pouso Alto. Casado com Rita Isabel Pereira da Silva, que, depois de viúva, contraiu novas núpcias com o barão de Monte Verde, seu primo, membro da família Pereira da Silva; VII - José Inácio da Silva Pinto, barão (2.o) de São José - citado acima, ramo do Estado do Rio de Janeiro; VIII - Dr. Júlio de Miranda e Silva, barão de Miranda - citado acima, ramo do Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Dicionário das famílias brasileiras. 

http://pettinato.info/heraldica_silva.htm